A atividade faz parte de uma série de visitas aos atrativos e locais de interesse turístico existentes em Guaratuba e têm por objetivo melhorar o conhecimento dos empresários participantes sobre as opções disponíveis para o turista e avaliar a infra-estrutura e os serviços disponíveis no local.
O grupo, no total de 21 pessoas, partiu de Guaratuba por volta das nove e meia da manhã, seguindo viagem pela baía, onde foi possível observar manguezais, aves e algumas instalações para cultivo de ostras. O destino foi a Comunidade Parati, inserida na APA de Guaratuba e que tem como atrativo mais famoso o Salto Parati, localizado no interior do Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange.
A região do Parati
O rio Parati, que empresta o nome à região, nasce na Serra da Prata e se junta ao rio do Ariri e outros que deságuam na parte nordeste da baía de Guaratuba. A comunidade é composta por cerca de trinta famílias que se distribuem pela área de planície, sem se concentrar em uma vila. Embora a maioria dos ocupantes esteja na região há várias gerações, boa parte deles não reside mais no local devido a dificuldade de acesso aos serviços de educação e saúde, além de questões profissionais. Os moradores permanentes dedicam-se principalmente à pesca e à agricultura, mas as atividades econômicas incluem também uma casa de farinha, o cultivo de ostras, artesanato e um bar-restaurante que oferece uma deliciosa comida caseira.
Situada dentro de uma APA estadual e vizinha a um Parque Nacional, a região recebe visitantes desde antes da criação das Unidades de Conservação e tem sido assunto de reuniões dos respectivos Conselhos, em especial na Câmara Temática de Turismo do Conselho Gestor da APA. Além das belezas naturais, possui sambaquis catalogados pelo Patrimônio Cultural do Estado e relevância histórica, por ter sido um importante porto que fazia a ligação entre a região das Colônias e o outro lado da baía entre o final do século XIX e início do século XX. Porém, embora um considerável número de pessoas chegue à região em embarcações fretadas e particulares na temporada de verão, o atendimento aos turistas ainda é uma atividade insipiente.
O destino mais procurado pelos turistas é o Salto Parati, onde se chega após trinta minutos de caminhada por uma trilha que possui alguns trechos íngremes. Parte do trajeto é feito no interior da mata, onde o visitante pode observar espécies típicas da floresta atlântica como o palmito juçara, bromélias e orquídeas. Embora esteja inserido na área do Parque Nacional, o salto ainda está em área particular, pois o processo de indenização ainda não foi realizado. Neste caso, a visitação está condicionada à autorização do proprietário e as normas devem passar por um entendimento entre o este e a equipe gestora do Parque, para que sejam adotadas as medidas necessárias para garantir que a atividade turística seja realizada sem prejuízos ao ambiente.
O zoneamento da APA de Guaratuba
Conforme o Zoneamento Ecológico-Econômico da APA de Guaratuba, o Parati faz parte da Zona de Conservação - C11. Os objetivos e diretrizes que norteiam o planejamento de ações na região incluem:
- estímulo ao turismo de baixo impacto ambiental;
- incentivo à produção de artesanato;
- promoção de alternativas econômicas para as comunidades locais com base na valoração do patrimônio cultural e ambiental da APA;
- preservação dos sítios arqueológicos, favorecendo a pesquisa científica, o estudo e a educação;
- redução da poluição sonora;
- proibição de atividades de alto impacto como a prática de motocross.
Próximos passos
Todos os que participaram da visita concordaram que a região tem um grande potencial, destacando-se a diversidade de pontos de interesse que o turista tem desde a saída do porto em Guaratuba.
Cada instituição participante irá elaborar seus próprios relatórios e propostas, que deverão ser compartilhados para definição de estratégias de trabalho conjunto. Como as entidades representativas da comunidade do Parati, do setor empresarial, das Universidades e dos órgãos governamentais participam do Conselho Gestor da APA de Guaratuba e do Conselho Consultivo do PNSHL, estes fóruns serão ideais para desenvolvimento de planos e coordenação de ações que visem o desenvolvimento do turismo de base comunitária naquela região.
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