quinta-feira, 26 de agosto de 2010

São José dos Pinhais terá sua primeira RPPN federal

A equipe do Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange recebeu ontem, 25, a solicitação de criação de uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) na Colônia Castelhanos, município de São José dos Pinhais. A iniciativa é do Sr. Sidney Votto Segundo e de sua esposa, Neide, para formalizar o compromisso em conservar a Mata Atlântica na Fazenda São João, que está na família há mais de 80 anos.

Neide conta que, desde que se casou, no final da década de 1970, frequenta a fazenda da família, às margens do rio Arraial, que mantém cerca de 90% da área em mata. Há sete anos, ela e o esposo decidiram se mudar para o local em busca de tranquilidade e melhor qualidade de vida. O artesanato já era a atividade profissional enquanto o casal morava em Curitiba e ganhou novos rumos depois da mudança para a Colônia Castelhanos com a participação em um projeto de incubadora de empresas promovido pela Prefeitura de S.J. dos Pinhais em parceria com a Emater. Foi formada, então, a COOCASTEL - Cooperativa dos Agricultores Familiares da Colônia Castelhanos - que reúne, comercializa e divulga os objetos produzidos pelos cooperados em eventos regionais, estaduais e nacionais. As biojóias produzidas com fibra de bananeira e sementes é exportada para Portovenere, na Itália. Atualmente a COOCASTEL recebe apoio do MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário - em virtude da qualidade e do design diferenciado de seus produtos. Além do artesanato, a família Votto produz banana e mandioca em sistema orgânico e a propriedade é certificada pelo Tecpar - Instituto de Tecnologia do Paraná.

A Fazenda está inserida na APA de Guaratuba, em região definida pelo Plano de Manejo como zona de conservação e Neide é a representante comunitária de S.J.dos Pinhais no Conselho Gestor da APA. Além do interesse em conservar a floresta nativa, a iniciativa de formalização da RPPN foi motivada pela proposta de criação de uma outra área protegida na região, ainda em estudos pelo ICMBio.

A solicitação de criação da RPPN será agora encaminhada para a sede do ICMBio, em Brasília, juntamente com os demais documentos necessários, para continuidade do processo.

O que é uma RPPN?

A RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural - é uma das categorias de Unidade de Conservação da Natureza. São áreas particulares protegidas e reconhecidas pelo governo que estão previstas na legislação brasileira desde 1934, embora com outra denominação. Ela é criada pelo poder público diante da iniciativa e do interesse do proprietário que quer proteger uma área natural existente em suas terras.

A parte da propriedade que for delimitada como Reserva Particular deverá ser averbada na escritura do imóvel, garantindo a continuidade da proteção mesmo que a área mude de dono. Na área protegida, poderão ser desenvolvidas atividades de turismo, educação e pesquisa, não sendo possível a extração direta de produtos. A criação da RPPN não interfere no direito de propriedade e o gerenciamento da área é feito pelo seu proprietário.

Não há limite mínimo ou máximo para o tamanho de uma RPPN, que pode ser criada tanto em zona rural quanto urbana. Desta forma, a iniciativa privada também participa do esforço nacional de conservação de ambientes naturais, contribuindo para a efetiva conservação da biodiversidade do país. As vantagens para quem cria uma Reserva Particular incluem a isenção do ITR (Imposto Territorial Rural) sobre a área protegida, preferência na análise de pedidos de concessão de crédito agrícola, prioridade na análise de projetos pelo Fundo Nacional de Meio Ambiente, possibilidade de cooperação com entidades privadas e públicas na proteção, gestão e manejo da área, entre outras.

A criação de uma RPPN a nível federal é feita pelo ICMBio em um processo rápido. Até o início do mês de junho, existiam no país 545 RPPNs criadas por portarias federais. Para maiores informações e saber qual a documentação necessária, clique aqui.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Pesquisa no PNSHL: PROJETO PUMA estuda a Onça Pintada visando a proteção da espécie

O Projeto Puma é uma ONG sem fins lucrativos que iniciou um estudo para a conservação da onça pintada na Mata Atlântica costeira do sul do Brasil. De início, identificou que a onça-pintada estava desaparecendo a uma taxa de um grau de latitude a cada dez anos, iniciando com os últimos registros de onça no Rio Grande do Sul na década de 60 e terminando com o desaparecimento da espécie em Santa Catarina em 1992. Com base nisto instalou-se nas imediações do Parque Nacional Saint Hilaire/Lange, como limite mais austral da onça-pintada na Mata Atlântica costeira, numa tentativa de estancar esta tendência macabra de desaparecimento de populações austrais.

O estudo tem procurado identificar as áreas-núcleo de ocorrência da onça, aquelas onde as condições sejam as mais preservadas e próximas da condição original. Acreditamos que apenas se identificarmos e protegermos estas áreas-núcleo para a onça teremos uma chance de reverter suas tendência à extinção - estima-se que apenas 250 indivíduos habitem toda a Mata Atlântica costeira, o que coloca a população na condição de Criticamente Ameaçada.

As áreas mais propícias para a onça hoje são as áreas protegidas por guardas particulares. Sem a presença de guardas nas florestas as onças não terão chance. É preciso criar mecanismos para instalar este tipo de vigilância também em áreas públicas. Nossos equipamentos, especialmente armadilhas-fotográficas, têm sido roubadas por caçadores e palmiteiros ilegais. O Projeto Puma fará agora um esforço para instalar alguns dispositivos de segurança que possam identificar este criminosos, e espera contar com apoio dos órgãos ambientais e sensibilizar doadores e parceiros.

As viagens de estudo começaram em 2006, e têm sido realizadas duas vezes por ano. Envolvem a participação de voluntários de todas as idades e profissões, e cujas contribuições viabilizam a realização das saídas. A participação de jornalistas estrangeiros já garantiu a publicação da expedição em revistas de vários países (veja fotos da matéria na revista alemã Universum). Todos ficam em uma cabana espaçosa por duas semanas, coletando informações da presença das onças e outras espécies de interesse (especialmente espécies-presa). Qualquer um pode participar, basta se inscrever no site www.projeto-puma.org

Texto fornecido pelo Projeto Puma

terça-feira, 10 de agosto de 2010

ICMBio realiza encontros para avaliar a gestão das Unidades de Conservação federais

Analisar a situação das Unidades de Conservação (UC) com relação aos mecanismos de gerenciamento, seus resultados e desafios é uma tarefa complexa, principalmente se considerarmos a extensão territorial do País e suas diferenças regionais - ambientais, sociais, econômicas e políticas. Entretanto, a avaliação é uma etapa de extrema importância em qualquer atividade gerencial e por isso tem atenção especial no ICMBio, sendo coordenada por um setor específico na sede do Instituto: a Coordenação de Avaliação e Monitoramento de Unidades de Conservação - CAMUC.

Devido à dimensão e diversidade das UC federais, os encontros destinados a avaliação são realizados periodicamente e de forma regionalizada. As UC da região amazônica já tiveram suas informações compiladas em duas oficinas e, durante o mês de agosto, três outros eventos serão realizados, abrangendo as regiões nordeste, centro-oeste, sudeste e sul. O Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange (PNSHL) participárá da oficina que será acontecerá nos dias 11, 12 e 13, na Acadebio - Academia de Biodiversidade.
Depois de obtidas as informações de todas as UC, será feita a análise que servirá de base para a melhoria das estratégias de planejamento e para o desenvolvimento de ações de gestão mais eficientes.


Metodologia de Avaliação - RAPPAM

Desde 2005, o governo federal utiliza uma nova metodologia, criada especialmente para avaliação da efetividade da gestão das unidades de conservação. A ferramenta foi desenvolvida pela Rede WWF e recebeu o nome de "Método de Avaliação Rápida e Priorização da Gestão de Unidades de Conservação" ("Rapid Assessment and Prioritization of Protected Area Manegement" - RAPPAM, na sigla em inglês). O método é aplicado por meio do preenchimento de questionários por gestores, funcionários e demais colaboradores das áreas avaliadas e abrangem os mais diferentes aspectos de uma unidade de conservação, incluindo o contexto de criação e implantação, pressões e ameaças, importância biológica e socioeconomica e vulnerabilidades; os insumos necessários e aqueles efetivamente disponibilizados; a existência de processos de gestão apropriados e os resultados e metas alcançados em relação aos objetivos.

Nesta nova etapa, a meta é traçar a efetividade de gestão do sistema de unidades de
conservação, com a participação de 100% das UC federais do País.

O programa de avaliação realizado entre 2005 e 2006, por meio de uma parceria entre o IBAMA/MMA e o WWF-Brasil, resultou em uma publicação lançada no V Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, realizado em Foz do Iguaçu em 2007. O texto está disponível para download na página do WWF-Brasil, com o título: "Efetividade de gestão das unidades de conservação federais do Brasil - Implementação do método RAPPAM".


ACADEBIO

Inaugurada em setembro de 2009, a Acadebio é um espaço
destinado à formação e capacitação continuada dos servidores do ICMBio, numa ação estratégica da direção do Instituto. A academia conta com estrutura própria - alojamento, salas de aula, apoio administrativo - e está localizada na Floresta Nacional de Ipanema, em Iperó, Estado de São Paulo. além de proporcionar um espaço adequado para a realização de cursos, reuniões e seminários, a Acadebio representa ainda a otimização do tempo e dos custos de realização destes eventos.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Força Verde apreende palmito extraído ilegalmente na APA de Guaratuba

Nova apreensão de palmito "in natura" extraído ilegalmente no litoral do Paraná foi realizada no final do mês de julho, por equipe do Batalhão Ambiental da Polícia Militar - Força Verde. Como em ocasiões anteriores, a ação foi possível graças à persistência da população em denúnciar crimes ambientais e na confiança no trabalho da Força Verde, que vinha realizando patrulhamentos na região há alguns meses a fim de localizar um determinado veículo utilizado para o transporte de palmito.

As denúncias recebidas no dia 29/07 informaram a atividade ilegal na localidade Rasgadinho, localizada no interior da Área de Proteção Ambiental Estadual de Guaratuba e entorno do Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange. Durante patrulhamento na região, a equipe localizou o veículo envolvido nos crimes que, ao perceber a aproximação dos policiais, fugiu do local, sendo abandonado na região do Caovi, Guaratuba. No interior do veículo, os policiais encontraram 1.663 unidades de palmito juçara, organizadas em 21 feixes. Apesar de não ter sido encontrado, o infrator foi identificado por morador de local próximo a onde o veículo foi amabdonado. Tanto o palmito como o veículo foram apreendidos e recolhidos ao Posto de Polícia Ambiental de Guaratuba, onde foi lavrado o Boletim de Ocorrência n° 2010/583885.












Informações e fotos fornecidas pela Polícia Militar Ambiental.
Denúncias podem ser feitas de forma anônima e gratuita pelos telefones:
0800 64 30304 (Força Verde/PR) e 0800 61 8080 (IBAMA)