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Deslizamentos na Serra da Prata, parte nordeste do PNSHL, visto da Rodovia PR 508. |
O grande volume de chuvas verificado no litoral paranaense na primeira quinzena de março causou transtornos e prejuízos incalculáveis à população e também sérias alterações no Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange.
Foram observados diversos pontos de escorregamento do solo em parte da Serra da Prata, principalmente na porção norte do PNSHL, onde são verificadas as maiores altitudes. Na face leste da Serra, margeada pela rodovia PR 508 (Alexandra-Matinhos), os deslizamentos se concentraram na bacia hidrográfica do rio Ribeirão (Figura 1), onde estão localizadas as captações de água que abastecem a cidade de Paranaguá. O grande volume de água nos rios e a movimentação de terra e rochas causaram danos graves às estruturas de captação e transporte de água, interrompendo o fornecimento àquele município.
Figura 1 - bacia hidrográfica do rio Ribeirão, afetada pelos deslizamentos |
Assim que foi possível avaliar a situação, os técnicos da empresa que opera o sistema solicitaram à administração do PNSHL uma autorização emergencial para realização das obras, visto que as captações estão inseridas no Parque. Considerando o caráter de urgência e o interesse público envolvido na questão, a autorização foi expedida em seguida, incluindo entre as exigências um relatório detalhado dos danos e das obras realizadas.
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Parte noroeste do PNSHL, onde ocorreram inúmeros deslizamentos |
Os movimentos de solo que ocorreram na serra, mesmo na presença da floresta conservada, fazem parte do processo natural de modificação do relevo. O solo absorveu gradativamente as chuvas de verão, chegando ao ponto de saturação (quando perde a capacidade de absorção) devido à alta pluviosidade do início deste mês. Segundo dados do SIMEPAR, as duas primeiras semanas de março registraram pluviosidade entre 400 e 500 mm na região de Morretes e Paranaguá, sendo que praticamente metade desse volume foi observado na sexta-feira, dia 11.


Rogério Florenzano Júnior, chefe do PNSHL, ressalta a importância da área protegida: “Apesar das perdas materiais, o número de vítimas fatais foi mínimo, pois não havia ocupação nas encostas. A presença da mata garantiu que uma grande quantidade de água fosse absorvida lentamente, retardando os deslizamentos. Provavelmente, sem a vegetação nativa, os estragos teriam sido muito maiores”.
A equipe do PNSHL iniciou, por terra, o levantamento da situação do Parque e das comunidades vizinhas, e fará um sobrevôo ainda esta semana, para poder observar melhor os locais afetados e acessar áreas isoladas.
Apesar dos transtornos causados, é bom saber que as consequências no Paraná foram muito menores que as da região serrana do RJ. Isso mostra que há uma certa lógica na nossa legislação.
ResponderExcluirMudanças climáticas: todo cidadão deveria estar melhor preparado para situações catastróficas. A Defesa Civil necessita ir as escolas, governo e sociedade organizada para realizar capacitações.
ResponderExcluirCom todas essas catástrofes ocorridas, a mudança do Código Florestal deve sair imediatamente da pauta, pois seria uma irresponsabilidade muito grande dos políticos brasileiros insistir nessa situação.
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